sexta-feira, 9 de outubro de 2015

Agripino: a casa está caindo

Um amigo me perguntou outro dia por que não comento sobre os casos de corrupção que envolvem o PT. Falei que, primeiro, vou falar dos casos de corrupção dos outros, já que ninguém ou quase ninguém deles fala. Quando esgotar o estoque dos outros, posso passar a falar do PT, partido ao qual, como todos sabem, sou filiado há 35 anos. Preciso falar, primeiro, da roubalheira do PSDB de Aécio, do DEM de Zé Agripino, do PMDB de Cunha, do PP de Nardes, do Solidariedade, de Paulinho da Força e outros achacadores e formadores de quadrilhas para extorquir a riqueza nacional. José Agripino, por exemplo, que sempre pousou de paladino da moralidade, está se revelando um dos maiores corruptos do Brasil, como já se sabia aqui no Rio Grande do Norte, onde ele é conhecido como “Senador Rabo de Palha”. O Coaf, órgão de inteligência financeira vinculado ao Ministério da Fazenda, detectou uma série de depósitos em espécie de forma fragmentada e sem identificação dos depositantes, no valor total de R$ 169,4 mil, em contas bancárias do senador José Agripino Maia, presidente nacional do DEM. Segundo relatório do Coaf, a movimentação "sugeriria tentativa de burla dos mecanismos de controle e tentativa de ocultação da identidade do depositante"; entre outros depósitos para Agripino, com identificação, um motorista do Senado colocou R$ 95 mil, em espécie, na conta do senador. De acordo com o Coaf, movimentações suspeitas foram realizadas no mesmo dia, 27 de outubro de 2014, no final da campanha eleitoral do ano passado. As contas do senador receberam seis depósitos de R$ 9.900,00 cada um no caixa do banco em um total de R$ 59,4 mil, além de outros 44 depósitos em espécie, em envelopes no caixa eletrônico, cada um deles com R$ 2.500,00. Entre outros depósitos para Agripino, com identificação, um motorista do Senado colocou R$ 95 mil, em espécie, na conta do senador, além de ter feito dois depósitos, um de R$ 9.000,00 e outro de R$ 9.100,00 "em espécie na mesma sessão de caixa" e na mesma agência. Outra servidora pública, lotada no Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte, fez quatro depósitos fracionados de R$ 9.000,00. O relatório do Coaf integra o inquérito aberto nesta quarta-feira (7) por decisão do ministro Luís Barroso, do STF (Supremo Tribunal Federal), para investigar o senador a pedido da PGR (Procuradoria Geral da República). Agripino é acusado de receber "vantagens indevidas" em troca de "auxílio na superação de entraves e liberação de recursos do financiamento" do BNDES para a construção do estádio de futebol Arenas das Dunas, em Natal, entre 2011 e 2014. Ou seja, Agripino agora foi pego com a mão na botija e vai ser investigado formalmente por isto. Aquela frase famosa do senador quando foi pego numa falcatrua de 400 mil reais na sua conta de campanha: “não vem que não tem”, já não soa com tanta força

Zelotes. 7 vezes a Lava Jato
A Polícia Federal deflagrou nesta quinta-feira (8) uma nova etapa da Operação Zelotes. Estão sendo cumpridos pelos policiais 7 mandados de busca e apreensão, 5 deles em Brasília e 2 no Rio de Janeiro. As medidas judiciais foram concedidas pela 10.ª Vara Criminal Federal do DF. As ações desta quinta-feira, segundo a PF, são fruto da primeira análise do material apreendido na deflagração da Zelotes, em 26 de março de 2015. Nos documentos apreendidos naquela ocasião, afirma a Polícia Federal, foram identificados indícios que apontam para a participação de outro CARF (Conselheiro do Conselho Administrativo de Recursos Humanos), além de escritórios de advocacia ligados a ele.

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