O articulista Laurez Cerqueira, no site 247, diz que Paulo Guedes, aquele que Bolsonaro dizia ser seu consultor para assuntos gerais, seu “frentista do posto Ypiranga”, foi se embrenhando no governo e fazendo do presidente da República seu office boy. Firmou-se como gerente-geral, principalmente de interesses das grandes corporações e bancos internacionais, e submete os demais ministérios aos seus mandos.
Diz que as paredes dos edifícios da Esplanada dos Ministérios têm vazado informações de que Paulo Guedes está de fato governando, com Bolsonaro reduzido a despachante. Ministros andam bicudos, por estarem sendo conduzidos com rédeas curtas por Guedes.
Um tanto inconformado com seu tonto office boy, por tentar a todo custo manter-se na mídia, Guedes vê a imagem de Bolsonaro se desfazer como a de uma esfinge de areia ao vento e anda muito preocupado com isso, por lhe afetar diretamente.
As declarações disparatadas, atitudes bizarras, constrangedoras, tidas como estratégia de comunicação do governo, desandaram. Voltaram-se contra o próprio Bolsonaro, revelaram que ele é uma fraude, um mentiroso, incompetente, despreparado, e fizeram sua popularidade desabar. Os filhos foram contidos, mas o estrago está feito.
Guedes faz tudo que os lobbies das grandes corporações empresariais e financeiras nacionais, principalmente internacionais, querem: tira dos pobres e repassa para os ricos.
O ministro destrói os mecanismos de distribuição da renda construídos pelos governos Lula e Dilma, transforma direitos sociais em mercadorias e trama a entrega, para o empresariado e bancos, de áreas como a previdência, educação, saúde, empresas estratégicas de setores do petróleo e gás, energia, e outros ramos de atividade. Ele já anunciou que vai vender todas as empresas estatais.
Com 63,2% da população endividada, Guedes, como banqueiro que é, botou na mesa para Bolsonaro assinar e enviar ao Congresso, uma Medida Provisória para liberar o saque de parte do FGTS. Com essa medida, os bancos e financeiras conseguiram a garantia do recebimento das dívidas dos trabalhadores.
O bolso do povo sofreu outra investida sorrateira da mão invisível dos bancos e financeiras, com a autorização do governo, para cobrança, pelos bancos, de uma taxa de quem tem cheque especial a partir de R$ 500,00. Essa taxa compensa, em grande parte, o que os bancos deixam de ganhar aqui com a queda dos juros em todo o mundo, provocada, entre outros fatores, pelo excesso de dinheiro acumulado nas nações centrais e disponível no mercado financeiro internacional.
Essas e outras poderiam ser chamadas de assalto ao país, mas Paulo Guedes e seus parceiros usam as expressões da gramática neoliberal, repetida exaustivamente pelo jornalismo porta-voz da política econômica do governo: privatizar, cortar gastos, reduzir o Estado, “empreendedorismo”, nova denominação para desempregados, e outras expressões fraudulentas, para justificar os negócios que estão fazendo com os direitos, os bens e o dinheiro públicos.
A inflação voltou, com remarcação de preços de praticamente todos os produtos e serviços, afetando diretamente a vida dos mais pobres. Até agora, a apresentadora Ana Maria Braga ainda não pendurou um colar de almôndegas no pescoço, como denúncia do preço da carne, para criticar o governo, como ela fez com Dilma, no passado, com um colar de tomates, no momento em que a ordem era destruir a imagem de Dilma.
Mas Paulo Guedes parece não dar importância à inflação. Ao contrário, disse que vai taxar todos os produtos da cesta básica. Continuemos com Laurez nas Notas Curtas:
Cesta básica para banqueiros
Ao mesmo tempo anuncia uma “cesta básica” para os banqueiros, bilhões do dinheiro público para socorrer bancos em dificuldade financeira.
No mesmo Brasil, o lucro dos 4 maiores bancos: Bradesco, Itaú, Santander e Banco do Brasil, bateu um recorde histórico, um crescimento de 15%, no lucro líquido, um acumulado de R$ 59,7 bilhões no ano.
Uma “cesta básica” semelhante foi dada, no passado, por Fernando Henrique Cardoso, quando ele criou o famoso PROER, um programa de salvação de bancos privados, do qual os banqueiros levaram R$ 37 bilhões de reais e até hoje não se sabe da prestação de contas dessa montanha de dinheiro público.
Inimigo do Estado
Guedes é um neoliberal fundamentalista, declaradamente inimigo do Estado, de mecanismos de distribuição da renda, de inclusão social, enfim, da rede de proteção aos mais pobres contra a desigualdade. Mas é a favor da distribuição de recursos do Estado para proteger negócios da classe dos magnatas.
Patrimonialista
Ele parece ter convicção de que o Estado é uma propriedade da elite, dos donos dos bens de produção, dos bancos, e que o aparato militar, judiciário, legislativo, deve continuar trabalhando para os de cima, para manter a ordem capitalista.
A contradição é tão flagrante, que o país vive uma das mais dramáticas crises da saúde pública e nenhuma medida foi anunciada para salvar hospitais e pessoas que estão morrendo nas filas por falta de atendimento.
Impiedoso
Guedes é impiedoso no corte de recursos. O orçamento mínimo da Saúde, de R$ 121,2 bilhões, para 2020, por exemplo, está em vias de sofrer um corte de R$ 8,1 bilhões ou mais. O orçamento da Educação, para 2020, terá um corte de 17%.
Bolsonaro desmorona
A pauta de costumes se esgota. Por exemplo, não se fala mais em “escola sem partido”.
(...) O descontrole de Bolsonaro nos últimos dias é um sintoma de que algo grave deve acontecer nos próximos dias.
O monturo fumega na cidade do Rio de Janeiro, queima por baixo, e desmorona aos poucos. Paulo Guedes, em Brasília, também avança dentro do governo, com seu office boy no posto, perturbado, aguardando papéis para assinar e o fim da queima do monturo fumegante, que pode fazer o seu governo transformar-se em cinzas.
Diz que as paredes dos edifícios da Esplanada dos Ministérios têm vazado informações de que Paulo Guedes está de fato governando, com Bolsonaro reduzido a despachante. Ministros andam bicudos, por estarem sendo conduzidos com rédeas curtas por Guedes.
Um tanto inconformado com seu tonto office boy, por tentar a todo custo manter-se na mídia, Guedes vê a imagem de Bolsonaro se desfazer como a de uma esfinge de areia ao vento e anda muito preocupado com isso, por lhe afetar diretamente.
As declarações disparatadas, atitudes bizarras, constrangedoras, tidas como estratégia de comunicação do governo, desandaram. Voltaram-se contra o próprio Bolsonaro, revelaram que ele é uma fraude, um mentiroso, incompetente, despreparado, e fizeram sua popularidade desabar. Os filhos foram contidos, mas o estrago está feito.
Guedes faz tudo que os lobbies das grandes corporações empresariais e financeiras nacionais, principalmente internacionais, querem: tira dos pobres e repassa para os ricos.
O ministro destrói os mecanismos de distribuição da renda construídos pelos governos Lula e Dilma, transforma direitos sociais em mercadorias e trama a entrega, para o empresariado e bancos, de áreas como a previdência, educação, saúde, empresas estratégicas de setores do petróleo e gás, energia, e outros ramos de atividade. Ele já anunciou que vai vender todas as empresas estatais.
Com 63,2% da população endividada, Guedes, como banqueiro que é, botou na mesa para Bolsonaro assinar e enviar ao Congresso, uma Medida Provisória para liberar o saque de parte do FGTS. Com essa medida, os bancos e financeiras conseguiram a garantia do recebimento das dívidas dos trabalhadores.
O bolso do povo sofreu outra investida sorrateira da mão invisível dos bancos e financeiras, com a autorização do governo, para cobrança, pelos bancos, de uma taxa de quem tem cheque especial a partir de R$ 500,00. Essa taxa compensa, em grande parte, o que os bancos deixam de ganhar aqui com a queda dos juros em todo o mundo, provocada, entre outros fatores, pelo excesso de dinheiro acumulado nas nações centrais e disponível no mercado financeiro internacional.
Essas e outras poderiam ser chamadas de assalto ao país, mas Paulo Guedes e seus parceiros usam as expressões da gramática neoliberal, repetida exaustivamente pelo jornalismo porta-voz da política econômica do governo: privatizar, cortar gastos, reduzir o Estado, “empreendedorismo”, nova denominação para desempregados, e outras expressões fraudulentas, para justificar os negócios que estão fazendo com os direitos, os bens e o dinheiro públicos.
A inflação voltou, com remarcação de preços de praticamente todos os produtos e serviços, afetando diretamente a vida dos mais pobres. Até agora, a apresentadora Ana Maria Braga ainda não pendurou um colar de almôndegas no pescoço, como denúncia do preço da carne, para criticar o governo, como ela fez com Dilma, no passado, com um colar de tomates, no momento em que a ordem era destruir a imagem de Dilma.
Mas Paulo Guedes parece não dar importância à inflação. Ao contrário, disse que vai taxar todos os produtos da cesta básica. Continuemos com Laurez nas Notas Curtas:
Cesta básica para banqueiros
Ao mesmo tempo anuncia uma “cesta básica” para os banqueiros, bilhões do dinheiro público para socorrer bancos em dificuldade financeira.
No mesmo Brasil, o lucro dos 4 maiores bancos: Bradesco, Itaú, Santander e Banco do Brasil, bateu um recorde histórico, um crescimento de 15%, no lucro líquido, um acumulado de R$ 59,7 bilhões no ano.
Uma “cesta básica” semelhante foi dada, no passado, por Fernando Henrique Cardoso, quando ele criou o famoso PROER, um programa de salvação de bancos privados, do qual os banqueiros levaram R$ 37 bilhões de reais e até hoje não se sabe da prestação de contas dessa montanha de dinheiro público.
Inimigo do Estado
Guedes é um neoliberal fundamentalista, declaradamente inimigo do Estado, de mecanismos de distribuição da renda, de inclusão social, enfim, da rede de proteção aos mais pobres contra a desigualdade. Mas é a favor da distribuição de recursos do Estado para proteger negócios da classe dos magnatas.
Patrimonialista
Ele parece ter convicção de que o Estado é uma propriedade da elite, dos donos dos bens de produção, dos bancos, e que o aparato militar, judiciário, legislativo, deve continuar trabalhando para os de cima, para manter a ordem capitalista.
A contradição é tão flagrante, que o país vive uma das mais dramáticas crises da saúde pública e nenhuma medida foi anunciada para salvar hospitais e pessoas que estão morrendo nas filas por falta de atendimento.
Impiedoso
Guedes é impiedoso no corte de recursos. O orçamento mínimo da Saúde, de R$ 121,2 bilhões, para 2020, por exemplo, está em vias de sofrer um corte de R$ 8,1 bilhões ou mais. O orçamento da Educação, para 2020, terá um corte de 17%.
Bolsonaro desmorona
A pauta de costumes se esgota. Por exemplo, não se fala mais em “escola sem partido”.
(...) O descontrole de Bolsonaro nos últimos dias é um sintoma de que algo grave deve acontecer nos próximos dias.
O monturo fumega na cidade do Rio de Janeiro, queima por baixo, e desmorona aos poucos. Paulo Guedes, em Brasília, também avança dentro do governo, com seu office boy no posto, perturbado, aguardando papéis para assinar e o fim da queima do monturo fumegante, que pode fazer o seu governo transformar-se em cinzas.