sexta-feira, 8 de novembro de 2019

O pré-sal vendido e o Brasil com as mãos cheias de moscas

Nesta quarta-feira (6), aconteceu o maior leilão da história do petróleo e gás no mundo. Milhões de barris de petróleo foram vendidos na bacia das almas. Alguns campos não foram vendidos por absoluta falta de credibilidade do capital estrangeiro quanto ao governo brasileiro. A gravidade do debate foi amenizada pela imensa necessidade dos Estados e Municípios pelas migalhas do bolo que lhe há de sobrar para salvar a situação dramática em que quase todos ficaram depois de administrações desastrosas. Mesmo com todo o “oba-oba” da mídia que segue golpista e embusteira, o super “Black Friday” do óleo e gás é uma “dose pra leão” que desperta até o reino mineral, diante de tamanha traição à pátria, e a “Operação Abafa” necessária para encobrir “tanta infâmia e covardia” teve de ser bem maior que as de sempre, quando se joga uma cortina de fumaça tapando a visão dos incautos e fazendo recuar os que ainda têm alguma capacidade de argumento e de indignação. Assim, a cortina de fumaça se multiplicou por cinco. O laboratório de maldades entrou em frenesi, começando pelo pedido de prisão de Dilma Rousseff por um processo do qual ela nem faz parte. O cúmulo do cúmulo... Concomitantemente, veio a condenação de Lindemberg Farias, por ter distribuído remédios gratuitos em domicílio, quando prefeito de Nova Iguaçu (RJ). O crime teria sido a logomarca da gestão que tinha um sol, sem nenhuma referência à pessoa do prefeito nem lembrar qualquer peça de campanhas passadas ou sugerir qualquer propaganda para campanhas futuras. Absolutamente nenhum culto à personalidade. O “crime” mesmo deve ter sido distribuir remédio gratuito a doentes pobres num país que querem vê-los mortos... A terceira cortina de fumaça foi a ameaça de tirar a estabilidade dos servidores públicos que vão entrar nos futuros concursos, se é que ainda vão acontecer e, já, a partir de agora, tirar a estabilidade dos servidores públicos filiados a partidos políticos, quando, na verdade, o sentido da estabilidade é justamente não permitir a perseguição a servidores adversários políticos dos partidos no poder... A quarta cortina de fumaça foi a ameaça real de tirar os limites das verbas da Educação, que são, obrigatoriamente, de 25% para Estados e Municípios, e da Saúde, que são de 15% para Estados e União e de 12% para os Municípios. Trata-se de um grande susto para os cidadãos, mas é uma música que soa divina aos ouvidos de prefeitos, da maioria dos governadores e de todo o Governo Federal. Por fim, o bode na sala, para desviar as atenções de prefeitos e vereadores, e, num imenso efeito dominó inverso, deputados estaduais, federais, senadores e governadores, justamente num ano eleitoral, como o que se aproxima. Ontem, com certeza, o Brasil amanheceu mais pobre, com imensas fatias do pré-sal entregues às empresas estrangeiras, sem os 75% dos seus lucros para a Educação e sem os 25% para a Saúde, mas com várias moscas e baratas nas mãos, para discutir e ser besta.

FIM DA CORRUPÇÃO? ONDE MESMO?
Nas comemorações dos 300 dias de governo, Jair Bolsonaro diz que acabou a corrupção no país, esquecendo-se que mantém um ministro contra quem se provou que usou candidatas laranjas para roubar dinheiro do Fundo Partidário, mantém Paulo Guedes, que é acusado de ter fraudado fundos de investimento em R$ 1 bilhão, Onix Lorenzonni, réu confesso por duas vezes sobre prática de caixa 2, os filhos que são alvos de várias acusações de rachadinha e de roubo mesmo para fazer patrimônio incompatível com suas rendas, mantém escondido, sob proteção, Fabrício Queiroz, o miliciano que, além de envolvimento em assassinatos, comanda um pesado esquema de corrupção da família Bolsonaro... Enfim, Bolsonaro está cego e surdo. Pena que não esteja mudo para parar de falar tanta besteira.

NO MUNDO DA LUA
Espetacular a frase da nota de Jair Bolsonaro. Vejamos: “Os escândalos de corrupção sumiram do Palácio do Planalto e dos noticiários. As instituições são respeitadas e a relação entre os poderes é transparente e limpa. Fraudes e desmandos estão sendo combatidos desde o primeiro dia de trabalho.”
Resta saber em que país vive o presidente Jair Bolsonaro...

MALIGNO
Em Brasília (DF), estão dizendo que a proposta de acabar com municípios menores de 5 mil habitantes partiu da cabeça “brilhante” de Rogério Maligno, especialista em estar sempre no comando de algum laboratório de maldades. Pelo que se diz, ele sabe que não passará, mas é uma boa ideia para desviar as atenções das maldades maiores. Fala-se, também, que Bolsonaro e Paulo Guedes adoram quando o deputado derrotado do Rio Grande do Norte inventa mais maldades contra os trabalhadores.


Fotolegenda
Aos que cavaram um abismo abaixo dos seus próprios pés.

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