quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

Fátima, a governadora em 2018. Isso não é mera especulação

Claro que sempre que termina uma campanha, começam não só as especulações, como também as próprias articulações para, pelo menos, as duas campanhas seguintes. No caso atual, a de prefeito em 2016 e a de governador e senador em 2018 já contam com seus balões de ensaio. Mas... em se tratando de previsões, articulações, ilações e outros babados em relação a 2018, surge nas esquinas potiguares uma pretensa candidatura da senadora Fátima Bezerra ao Governo do Estado, mesmo sabendo-se que Robinson Faria chegará àquele ano com direito à reeleição. Essa tal candidatura não tem a menor raiz nos planos do PT nem da senadora. Ela nasce dos laboratórios da maldade mantidos vivos pelos derrotados de 2014. Robinson tem chance de se projetar como um grande governador. Reúne até condições objetivas de ser o maior governador de todos os tempos, visto que não está sob as rédeas das oligarquias que historicamente tanto mal fizeram ao Estado. Mas, convenhamos, o sucesso do governo Robinson para além do seu desempenho pessoal como gestor também depende muito da aliança com partidos não viciados em retalhar, lotear e saquear a nossa capitania hereditária. O apoio de Brasília também lhe será fundamental. Como o PT é o principal partido aliado e, pelo que Robinson tem deixado claro, será bem aquinhoado na parceria do exercício do poder no Estado, além de ter reconhecida influência nos caminhos de Brasília, cabe aos derrotados e seus puxa-sacos da mídia cuidar de “botar gosto ruim” nessa relação que promete ser fértil e longa. Temem a repercussão desse trabalho já em 2016, com a disputa à Prefeitura da capital, quando o PT deverá apresentar como candidato Fernando Mineiro, que teve ótima performance na eleição passada, quando não contou sequer com o apoio da cúpula do PT. Agora, porém, Mineiro é visto com simpatia lá por cima e já tem o apoio explícito de Robinson Faria, que teve a maior de suas decepções com seu grande amigo de infância Carlos Eduardo, a quem houvera apoiado contra o próprio Mineiro e agora lhe deu “com os pés na cara”, apoiando o “Golias” Henrique. Atrapalhar o sucesso da colisão Robinson/PT/PCdoB é urgente para os derrotados. E a melhor maneira é tentar assustar o governador com o fantasma de uma candidatura ao posto que ele deverá, naturalmente, disputar em 2018. Mas... pelo jeito, Robinson não é de se assustar nem Fátima é de se deixar picar pela mosca-azul. Portanto, creio que a aliança tem vida longa, estendendo-se por 2016, 2018 e assim por diante, até que em 2022, Fátima possa, sem trauma, ir para a cadeira de Robinson e Robinson para a dela. Que fique claro que esse boato não é mera especulação. É um jogo sórdido dos derrotados para tentar afastar Robinson do PT. Mas me parece que se trata de uma aposta sem chance de sucesso.

Procissão
Em anos eleitorais, depois das procissões de Santa Luzia em Mossoró e Santos Reis em Natal, começa outra procissão em nada católica, muito menos apostólica. É a enxurrada de prefeitos apoiadores do candidato a governador derrotado, que em fila batem às portas da Governadoria, querendo vender a qualquer custo a sua “fidelidade” ao rei posto. Temem o crescimento do agrupamento que, em seus municípios, apoiou o governador eleito. E, na maioria dos casos, conseguem se aninhar nos gabinetes governamentais arrastados nas cordas de caranguejos dos deputados adesistas. Essa prática avacalhou a política potiguar, a ponto de termos uma política, sem cores, sem bandeiras, sem símbolos, sem coerência e, acima de tudo, sem caráter.

Não abandonar quem não abandonou
Em alguns casos, a lógica do dominó político, em que uma pedra que cai derruba outra, ou a do elevador que ao subir leva consigo algo ou alguém. É evidente que apoiadores de Robinson Faria nos municípios, especialmente naqueles municípios onde defender a candidatura Robinson era quase pregar no deserto, esperam dele solidariedade e respeito. Esperam que seu governo sirva para armá-los para a disputa de 2016. Para que apoiar um governador eleito, uma senadora e uma presidenta eleitas e depois ver quem os combateu aboletado nos sofás da Governadoria e dos ministérios, deixando no ostracismo quem ergueu a bandeira vitoriosa?

Agora todo mundo quer...
Em função do exagero de políticos tradicionais apoiando Henrique a troco de prestígio ou de dinheiro, além das apostas aparentemente sem risco, na “bolsa mercantil do futuro eleitoral”. Esses apoiadores esperam que Robinson não cometa os erros de Garibaldi e Vilma, que abandonaram correligionários de todas as horas a troco de qualquer prefeito de meia tigela que, por estarem investidos dos cargos executivos dos municípios, sendo, portanto portadores de canetas e cofres cheios de tinta e grana se achavam donos dos votos do povo. Foi assim que os dois governaram com avaliações superfavoráveis e perderam as eleições seguintes. Robinson tem todo o direito de não cometer a mesma estupidez.

Ter lado
Robinson, com certeza, já deve ter aprendido que política tem lado. E tanto tem, que o lado anti-Henrique, que parecia absolutamente inviável, ganhou. E ganhou bonito, enquanto o lado de Henrique, que parecia absolutamente invencível, perdeu. E perdeu feio.

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