quinta-feira, 22 de maio de 2014

A “hidrofobia” da direita começa a trazer muitos à razão

Fernando Brito, em artigo muito equilibrado, analisa o ódio que está sendo destilado nesta pré-campanha e a perspectiva concreta de se radicalizar mais ainda, na medida em que Dilma volta a crescer e, o efeito contrário, o semancol que começa a tocar as consciências progressistas que estavam acuadas diante da política de terra arrasada da direita neofascista tucana. Tenho, nos últimos dias, insistido num fenômeno que observei e que os fatos, a cada dia, só têm confirmado. É democrático e respeitável discordar e fazer oposição. Mas o conservadorismo brasileiro, insuflado pela mídia, tornou-se hidrófobo. E isso está se voltando contra ela própria. Hoje (ontem), na Folha, o colunista esportivo Juca Kfouri faz um texto em que, criticando os exageros sectários de parte a parte, elogiou o comportamento de Dilma Rousseff no diálogo com os jornalistas esportivos, semana passada, no Palácio do Planalto. Foi o que bastou. Desencadeou-se sobre ele uma tempestade de comentários ofensivos, grosseiros e mesmo xingamentos. Vocês verão que, com o passar dos dias, isso vai acontecer mais e mais vezes. Esta campanha passará a uma polarização maior, muito maior, que a de 2010, por obra da direita. Não importa que isso venha a ser, para ela própria, um haraquiri político eleitoral. Este modesto blogueiro, com os anos de estrada que tem – e, sobretudo, com 20 anos mais do que os petistas em matéria de levar pauladas da imprensa diariamente, Brizola que o diga, não confunde firmeza com histeria, nem clareza com grosseria. Vivemos uma maré lacerdista como jamais se viveu por aqui, nem com a candidatura Serra, talvez porque não haja outro esteio para suportar Aécio Neves senão o ódio babujante a Lula e a tudo o que ele representou e representa. E a radicalização da direita está criando todas as condições para que se legitime, num grau muito maior do que numa disputa serena e equilibrada, a participação do ex-presidente como figura de proa pela reeleição de Dilma. Faz tempo escrevi aqui que o “volta, Lula”, que se criou para desgastar Dilma, teria efeito inverso. Cabe ao Governo e às forças que o apoiam manter, ao mesmo tempo, a firmeza política que passaram a adotar desde abril, quando a curva das pesquisas chegou ao seu ponto mais crítico e a serenidade com as provocações, e não apenas provocações políticas, que vêm por aí.

A pergunta que não quer calar
Continuo perguntando o que Jânio, Jango, Castelo, os cinco milicos, Sarney, Collor, Itamar e FHC fizeram com a grana das copas que não fizeram.

IFH
Além do IDH – Índice de Desenvolvimento Humano –, existe um índice muito importante a ser analisado. É o IFH – Índice de Felicidade Humana. Pesquisa Ibope divulgada ontem diz que 80% dos brasileiros estão felizes ou muito felizes com suas vidas". Tem reconhecimento melhor para um governo?

Vira-latas franceses
Sempre que sai alguma crítica por mais mínima que seja na imprensa dos países ricos contra o Brasil, o complexo de vira-latas vai à loucura. O primeiro País a abrigar na sua imprensa uma crítica ao Brasil pela “incompetência” do Brasil para fazer a Copa do Mundo. Agora a França dá um exemplo contundente de incompetência. Comprou 341 trens mais largos que suas plataformas. Por causa do equívoco, 1.300 estações terão que ser alargadas, a um custo de pelo menos 50 milhões de euros – 152 milhões de reais. A compra teve um custo total de 45,6 bilhões de reais.

FotoLegenda
A presidenta Dilma Rousseff participou ontem, em Anápolis (GO), da inauguração de um trecho de 855 quilômetros da linha férrea entre aquela cidade goiana e Porto Nacional em Tocantins. A obra recebeu investimentos de R$ 4,2 bilhões do Programa de Aceleração do Crescimento.

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