segunda-feira, 5 de maio de 2014

Eduardo Campos rechaça Aécio: nossos projetos são distintos

Conforme registramos aqui, a campanha está deflagrada. Desde o discurso de Dilma sobre o 1º. de maio, em resposta às acusações mais sórdidas que a oposição à mídia vem fazendo 24 horas por dia todos os dias da semana, o processo sucessório teve sua arrancada. Não foi por acaso que no dia seguinte, o ato do Dia do Trabalhador da Força Sindical transformou num comício regado a Tequila e desaforos contra a presidenta Dilma. A tréplica, como era de se esperar não demorou. Lula não se fez de rogado. Já no dia seguinte, 2 de maio no 14.º Encontro Nacional de Tática Eleitoral do PT, para um auditório de 300 delegados e convidados, enquadrou o discurso do partido e do governo, com Dilma seguindo à risca as lições do mestre e elevando o tom para ser ouvida por cima do alarido que a mídia tucana golpista. O quarto ato está vindo de Eduardo Campos. Até o momento exageradamente apegado à imagem de Aécio, que faz questão de usá-lo com a finalidade de provocar um improvável segundo turno, não consegui até agora deslanchar, pois mais tem se deixado parecer uma sucursal do tucanismo que uma alternativa do tipo terceira via. Caiu a ficha e Eduardo Campos viu que sua disputa ainda agora e por um longo será com Aécio Neves. Dilma continua em primeiríssimo lugar e para ter um segundo turno, os dois, ele e Aécio, precisam crescer. Mas para disputar o segundo turno com Dilma, só tem espaço para um dos dois. De modo que um precisa engolir o fígado do outro nos próximos dois meses até a campanha de fato começar, pois até lá as definições irão colocar no horário eleitoral gratuito e nos palanques de rua, uma realidade que dificilmente mudará nos setenta dias de disputa direta. As definições se dão nos bastidores. E é neste ambiente que Eduardo Campos tem mais dificuldades. A mídia e alta burguesia continuam com os tucanos e para Eduardo Campos de viabilizar como seu preferido tem que botar o discurso de Marina no bolso e esquecer que seu avô se chamava Miguel Arraes, uma herança gloriosa para os da esquerda e uma herança maldita para a direita empedernida, mesmo que ao lado já exiba Bornhausen, Severino Cavalcanti e Heráclito Fortes. Difícil demais para Eduardo Campos acertar a mão no tom da prosa, encontrando um discurso que seja concretamente alternativo ao PT e ao PSDB. Se ele não achar, estará perdido. Se achar, Aécio será enterrado antes de a campanha real começar. Por enquanto, a briga é deles. Aécio tentou abafar isso com falsos abraços e um cachimbo da paz que não interessa a Eduardo Campos, fumar.

São Francisco
O projeto de transposição de bacias São Francisco ultrapassa a marca de 10 mil trabalhadores. Já são 10.100 pessoas empregadas de carteira afora os empregos indiretos. Dezenas de quilômetros já estão prontas. Se depender das imagens das obras do canal paralisadas para a oposição fazer campanha contra Dilma no horário eleitoral em setembro, a oposição está ferrada. Dilma terá muitas imagens de obras em ebulição e águas correndo nos canais. De quebra o programa do PT terá imagens do reservatório de Cantareira abaixo de 10%, como os paulistas jamais imaginaram acontecer por incompetência de um partido que gerencia o sistema há duas décadas.

A magnitude de um projeto
Com quase 60% de avanço físico, o Projeto de Integração do Rio São Francisco faz parte do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Formado por dois canais que somam 477 quilômetros lineares, o empreendimento envolve a construção de 14 aquedutos, nove Estações de Bombeamento, 27 reservatórios e quatro túneis para transporte de água.  O Projeto São Francisco vai garantir a segurança hídrica de mais de 12 milhões de nordestinos dos estados do Ceará, Paraíba, Pernambuco e Rio Grande do Norte. Ao todo, 390 municípios serão beneficiados quando o projeto for concluído.

Difícil
Não é fácil explicar para o eleitor de primeiro vota que chegará às urnas com 16 a 17 anos e que só tinha 5 ou 6 anos quando FHC terminou o seu segundo e desastroso governo, o que é inflação. Naquele tempo era 12%, Lula baixou para 9% e Dilma achatou para 6%. Difícil também explicar o que desemprego em alta, pois era de 14% e hoje está em 6,2% o menor da história do País. Tampouco é fácil explicar o que Risco Brasil, pois era de 2.700, sendo menor somente que o da Argentina que acabara de quebrar e hoje não passa dos 200. É nesse vácuo que a oposição sem propostas quer penetrar como o diabo que sabe transformar cabeças vazias em sua oficina.

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