quinta-feira, 14 de agosto de 2014

A conta de Gaza

Diante das incertezas e excesso de especulações sobre os cenários que se desenharão nos próximos dias em função da morte do presidenciável Eduardo Campos, do PSB, vamos deixar o assunto de lado, hoje, e aguardar um pouco mais para ver como as pedras se movem no tabuleiro deste complexo xadrez. Vamos tratar de um assunto pouco abordado e sempre visto de maneira arrevesada com a tentativa da grande mídia pró-Israel mostrar o avesso da realidade. Vejamos o que diz o grande Mauro Santayana:  (Hoje em Dia) - Confrontado com a tragédia humanitária em Gaza, o Secretário-geral da Organização das Nações Unidas, Ban Ki-moon, declarou que o conflito entre Israel e o Hamas precisa ter fim, e que a ONU está disposta, “pela última vez”, a ajudar na reconstrução da área. Na região, as coisas funcionam assim: Israel destrói o que quer, quando quer, e depois o mundo paga a conta, até o próximo ciclo de destruição - reconstrução - destruição. A conta em sangue de Gaza, que chegava, anteontem, a mais de 1.900 palestinos mortos, sendo 1.380 não combatentes, entre eles 423 crianças, e a milhares de feridos, é incalculavelmente cara, e, como outros massacres históricos contra a população civil, jamais poderá ser resgatada. Além do preço em vidas, dor, assistência médica de emergência, cuidados com pessoas que ficarão paraplégicas, tetraplégicas, e que precisarão de atenção pelo resto de suas vidas, há, ainda, o custo da reconstrução física do que está sendo arrasado pelas armas e bombas israelenses. Há uma semana, a ONU calculava que cerca de 12 mil casas e apartamentos já tinham sido destruídos, com um prejuízo de 4.5 bilhões de dólares, mas avaliações palestinas, que incluem estradas, escolas, hospitais e  outras instalações, chegam a 6 bilhões de dólares. Segundo Mahir Al-Tabaa, Presidente da Câmara Comercial e Industrial de Gaza, 350 indústrias teriam sido bombardeadas, incluindo 50 fábricas essenciais para a sobrevivência da população. Israel recebe todos os anos, bilhões de dólares em ajuda norte-americana. Se fossem condenados a devolver à Organização das Nações Unidas – e o Brasil, como país membro, e contribuinte, poderia trabalhar nesse sentido – o dinheiro que a ONU vai gastar para reerguer o que destruíram, talvez, embora seja improvável, os dirigentes israelenses viessem a pensar duas vezes antes realizar novos ataques. Mesmo contando com o apoio dos EUA, Israel sentiria, digamos, ao menos, no bolso,  a dimensão da destruição que está promovendo em Gaza. E caso se recusasse a devolver esses recursos – como têm feito, desrespeitando, historicamente, as resoluções da ONU, organização que possibilitou-lhe a existência – a conta poderia ser apresentada aos EUA, que está armando Tel-Aviv permanentemente, mesmo depois de iniciado o conflito. Caso isso ainda não fosse possível, poderiam ser adotadas sanções e retaliações comerciais. Em último caso, o Israel seria, ao menos, moralmente, mais uma vez, condenado, por seus atos, pela maioria da humanidade. Enquanto nos indagamos quem pagará a conta de Gaza, o que muitos palestinos se perguntam, nas tréguas intermitentes, seguidas da retomada da violência - e depois de três agressões sionistas nos últimos seis anos - não é se poderão reconstruir suas casas, mas se seus filhos conseguirão, agora ou nos próximos anos, sobreviver à próxima bomba, ou a uma nova invasão  israelense.

Inflação
Outro dia vi num blog disse que o índice de inflação de julho, que ficou em 0,01%, era a pior pesquisa que a oposição poderia receber para seus planos eleitorais. Continuam saindo, neste campo, pesquisas sombrias para Aécio Neves. Anteontem e ontem, foram duas. A primeira, o IGP-M no primeiro decêndio, prévia inicial da medida de inflação da Fundação Getúlio Vargas.

Negativa
Foi negativa, de 0,31%, pouco menos que os 0,5 negativos de há um mês, mas ainda em queda. E com um dado importante: o Índice de Preços ao Consumidor, que mede a inflação do varejo caiu, como se previa ante as quedas anteriores: passou de o de 0,16% para 0,03%. Destaque para o preço dos alimentos: de 0,01% em julho para – 0,23% neste mês. O segundo, também da FGV, saiu hoje: o IPC-C1.

Melhor para os mais pobres
Ele mede o consumo dos mais pobres, com renda até 2,5 salários mínimos, aquele pessoal que o Aécio diz que tem “empreguinhos”. Saiu de 0,35% para – 0,04%. Com o destaque, espetacular, da queda do preço dos alimentos, de 0,08% para – 0,59%. É o eleitorado mais sólido de Dilma, onde uma disparada de preços poderia fazer um estrago eleitoral. E Aécio falando em “realinhamento” de preços.

Caravana
Na última terça-feira, 12, fui a Senador Eloy de Souza e Bom Jesus, acompanhando o deputado Fernando Mineiro. Vi o final da caravana da Liberdade liderada por Robinson Faria e Fátima Bezerra passando por quase cinquenta cidades durante dez dias. Quero dizer que os analistas que consideram Henrique Eduardo Alves eleito por antecipação, devem ter um pouco mais de calma nos seus prognósticos. Melhor deixar a eleição pegar ritmo para saber quais serão as tendências do eleitorado. O que vi foi o povo ainda muito apático, mas reagindo muito bem à passagem dos candidatos.

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