segunda-feira, 28 de abril de 2014

Não há nada mais perigoso no Brasil que ser um jovem negro

No momento em que o mundo se solidariza com um jogador de futebol, para quem foi jogada uma banana, com o intuito de chamá-lo de “macaco” num gesto racista deprimente em plena Europa, uma pesquisa mostra que no Brasil, o racismo é bem mais grave. Aqui, ele prende, tortura e mata. A revista Tripp diz que não existe nada mais perigoso no Brasil que ser um jovem negro. E mostra por quê:  Dados do Sistema de Informação sobre Mortalidade do Ministério da Saúde mostram que mais da metade dos 52.198 mortos por homicídio em 2011 no país eram jovens, dos quais 71,44% eram negros (pretos e pardos) e 93,03%, do sexo masculino. Aqui a violência tem lado. Basta atentar para o fato de que enquanto a taxa de homicídio de jovens brancos caiu 26% entre 2002 e 2011, a morte de jovens negros por arma de fogo aumentou 24% no mesmo período. E o que é pior: existe uma tendência crescente dessa mortalidade seletiva, é o que alerta o Mapa da violência 2013: homicídios e juventude no Brasil. O motivo é claríssimo: A violência contra jovens negros encontra abrigo no racismo arraigado na sociedade e nas instituições brasileiras e se agrava na relação com a polícia. A pesquisa Filtragem Racial: a Cor da Seleção do Suspeito aponta: a cor da pele é o principal motivo de suspeição policial. Cerca de 65% dos policiais entrevistados admitiram que pretos e pardos são priorizados nas abordagens. O que chama a atenção é que não é apenas grave o fato da maioria dos que morrem serem negros, mas acima de tudo, o fato de que a maioria dos policiais que matam negros são brancos. A Universidade Federal de São Carlos demonstra em outra pesquisa que as principais vítimas da letalidade policial no estado de São Paulo são negros (61%), jovens (57% tinham até 24 anos) e homens (97%). Por outro lado, os policiais militares envolvidos em ocorrências com mortes são na, maioria, brancos (79%), têm entre 25 e 39 anos (73%) e são homens (97%). A taxa de flagrantes com negros é mais que o dobro daquela verificada com brancos. Até nas abordagens, a discriminação fica constatada. Entre um policial branco ou um negro, adivinhe quem é que vai ser abordado? E de maneira grosseira, podendo terminar em casos como o de Amarildo, que  não se deu por acaso.

Incrível
É impressionante como a TV brasileira faz um jornalismo de baixo nível. É triste ver um cara como Datena tendo tanto espaço num noticiário. Ontem, o cara, ao criticar o problema do transporte público em São Paulo, perguntou com toda a arrogância permitida a um analfabeto empoderado: “Cadê o legado da Copa?”. O idiota não sabe que legado é algo que vem depois, o significado real da palavra é a herança que um morto deixa para alguém por testamento. O legado da Copa, mesmo numa figura de linguagem, só poderá ser o que vai ficar depois do evento e não antes.

Incrível II
Em poucos minutos, o mesmo Datena, em reportagem sobre um menino que não estava conseguindo um exame no SUS, ele soltou o relincho: “Cadê o dinheiro da CPMF?”. Meu Deus. O cara esqueceu que a CPMF foi extinta ainda no governo Lula, que acabou há quase quatro anos.

Incrível III
Como se não bastasse, o cara ainda afirmou que os governos estão escondendo o “pernilongo” da dengue. Pernilongo da dengue é de lascar os tamanquitos portugueses, como dizia Canindé Queiroz. E ainda tem quem me pergunte por que não gosto de assistir a esses noticiários imbecilizantes.

FotoLegenda
Fernando Mineiro se prepara para disputar novamente a Prefeitura de Natal em 2016. É candidato à reeleição, pois como deputado estadual ficará em Natal, vendo as cascas de banana em que Carlos Eduardo continuará pisando pela sua maneira excessivamente autossuficiente de administrar e de viajar.

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