Raul Jungmann, do PPS, é um dos principais líderes da oposição. Foi presidente no Incra no governo FHC. Ele tem muita experiência com lutas sociais e tem capacidade de analisar quais as consequências de um impeachment de Dilma. Vejamos: Ele mostra o perigo que corremos. A única força realmente organizada que apoiaria o impeachment em bloco, sem contestação e, mais que isso, sustentaria um novo governo sem legitimidade democrática, seria a mídia. Esse é o lado bom. A mídia vai se desmoralizar de vez. Talvez seja essa a armadilha que a história esteja criando para mudar de vez um sistema de comunicação herdado da ditadura e que não se adapta à realidade do nosso País. Diferentemente de Collor, o impeachment agora terá os seguintes adversários, durante e, sobretudo, no day after: 1) O principal partido na Câmara, o PT, e que ainda é o partido com maior número de militantes orgânicos do país; 2) A UNE. Seria tolice subestimar a UNE, hoje muito mais organizada do que em qualquer outra época. 3) Todas as grandes centrais sindicais, ou ao menos, aquelas com atuação política mais experiente e orgânica. Só a Força Sindical, e mesmo assim, dividida, apoiaria um governo pós-impeachment. 4) A intelectualidade de esquerda, hegemônica em todas as universidades. 5) Os movimentos de ultraesquerda, capilarizados nas universidades, que tem feito oposição ao PT, mas que seriam muito mais agressivos num governo pós-impeachment. 6) O PSOL, partido de oposição ao governo, mas que exerceria uma oposição muito mais orgânica num governo pós-impeachment. 7) A imprensa progressista. 8) A opinião pública progressista. Todas essas forças, sob as atuais formas ou sob suas formas antigas, apoiaram o impeachment de Collor e deram sustentação ao governo montado em seguida. Não será mais o caso. Sem esses apoios, um governo pós-impeachment, para encontrar estabilidade, terá que apelar para a repressão, como fazem os governos tucanos em São Paulo e Paraná. O resultado, naturalmente, será desastroso. Na verdade, um impeachment seria uma verdadeira “Vitória de Pirro” para a oposição e a mídia. O seu custo seria tão alto, a mancha na história tão escura, que corresponderia a uma derrota.
De como seis viram cem
Dos 127 implicados na Lava Jato, 6% são do PT e têm 100% da atenção da mídia. Os 94% restantes... "não vêm ao caso".
Dos 127 implicados na Lava Jato, 6% são do PT e têm 100% da atenção da mídia. Os 94% restantes... "não vêm ao caso".
PMDB TEMERário
A pressa em derrubar Dilma coincide estranhamente com a delação de Fernando Baiano, que pode implicar definitivamente Cunha e outros do PMDB.
A pressa em derrubar Dilma coincide estranhamente com a delação de Fernando Baiano, que pode implicar definitivamente Cunha e outros do PMDB.
Nordeste na frente
A estagnação da economia no ano passado “escondeu” uma forte disparidade regional. Pelo Índice de Atividade Econômica regional do Banco Central, considerado uma prévia do Produto Interno bruto (PIB), enquanto o Nordeste alcançou um expressivo crescimento de 3,7% em 2014 sobre 2013, o Sudeste amargou recessão de 0,8% na mesma comparação. Agricultura e varejo ajudaram os Estados nordestinos, enquanto a indústria foi a grande responsável pela derrocada de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro, comprometendo a região mais rica do país, apesar do bom desempenho industrial do Espírito Santo.
A estagnação da economia no ano passado “escondeu” uma forte disparidade regional. Pelo Índice de Atividade Econômica regional do Banco Central, considerado uma prévia do Produto Interno bruto (PIB), enquanto o Nordeste alcançou um expressivo crescimento de 3,7% em 2014 sobre 2013, o Sudeste amargou recessão de 0,8% na mesma comparação. Agricultura e varejo ajudaram os Estados nordestinos, enquanto a indústria foi a grande responsável pela derrocada de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro, comprometendo a região mais rica do país, apesar do bom desempenho industrial do Espírito Santo.
FotoLegenda
"A entrevista que Duvivier concedeu a uma emissora portuguesa em Lisboa é uma das mais luminosas análises da cena política contemporânea nacional. A frase chave é esta: os caras querem tirar Dilma para poderem continuar a roubar", diz Paulo Nogueira, editor do DCM; "Duvivier usou, com graça irreverente, uma sentença que todos deveríamos ter em mente. Limpar a corrupção com os pseudocampeões da moralidade que estão aí é como 'limpar o chão com bosta'”.
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