terça-feira, 17 de junho de 2014

Cadê o fracasso retumbante da Copa?

Oartigo de Fernando Brito no blog Tijolaço é de anteontem. Portanto, já temos novidades. Mas o essencial aí está. Os urubólogos não conseguiram o fracasso com que queriam triunfar. Lembra o episódio carioca do pessimista empedernido diante do primeiro carro a chegar no Rio de Janeiro. Depois das explicações sobre como a máquina funcionava: “Roda a manivela, o motor explode, o chofer sobe dá partida e o carro anda... Quando você quiser, pisar no freio e o carro para”. O pessimista não se controlava: Isso não liga. E a manivela rodou e o motor explodiu sob aplausos; E o pessimista: Isso não anda... E o chofer entrou no automóvel e deu partida. O carro andou levando a multidão presente à euforia. O pessimista desesperou-se e exasperou-se. - Tá vendo que isso não para... Leiamos Fernando Brito: Termina hoje a primeira rodada da fase inicial da Copa. Onze dos 12 estádios já tiveram jogos, sem qualquer problema significativo, embora tenhamos legiões de repórteres procurando defeitos. Multidões de argentinos, colombianos, holandeses e gente de todas as partes chegaram nos aeroportos, que funcionaram sem contratempos. Com algumas dificuldades, aqui e ali, todos chegaram nos estádios em paz e com tranquilidade. O “imagina na Copa” perdeu de goleada para a realidade. O que não funcionou, aliás, em geral foram as obrigações da Fifa e seu “padrão”: a festa pífia da abertura e o “mico” de ontem no Beira-Rio, quando o sistema de som engasgou na Marselhesa, que ainda será cantada a plenos pulmões, como foi, por milhões em todo o mundo, pelo que significou para os povos a Revolução Francesa. O Brasil experimenta um clima festivo e alegre como poucas vezes. E o que se passa dentro e em torno dos campos mereceu hoje, do site inglês Eurosport, uma das maiores redes esportivas da Europa, uma matéria onde se diz que, em quatro dias, esta caminha para ser a melhor copa de todos os tempos. Claro que cabem discussões sérias e responsáveis sobre o que se gastou no evento diretamente, embora a maior parte dos gastos seja em obras que servem à população e só eventualmente aos torcedores. Mas todo mundo sabe e sabia que negociar com uma máfia como a FIFA não seria, propriamente, trabalhar ao lado de Mahatma Ghandi ou da Irmã Dulce. Ou alguém achava que fazer a Copa poderia ser um “churrasquinho na laje”, como nós gostamos de fazer, e o que, aliás, não nos tira um grama da nossa alegria simples e focada nas pessoas.Vamos às Notas Curtas, ainda com o grande Fernando Brito:

Cadê os carinhas?
Como perguntou muito bem o Florestan Fernandes Jr. no GGN, “onde estavam ontem os políticos que festejaram a escolha do Brasil como sede da Copa do Mundo de 2014? Onde estavam: Lula, Sérgio Cabral, Eduardo Campos, Aécio Neves, José Serra, Jaques Wagner, Yeda Crusius, Cid Gomes, Carlos Eduardo de Sousa Braga, Wilma de Faria, Roberto Requião, José Roberto Arruda, Blairo Maggi? 

E ela, onde está agora?
Onde estava Marina Silva que queria uma sede no Estado dela, o Acre? Onde estavam os prefeitos, senadores, deputados, âncoras de televisão e rádio que queriam tanto a Copa do Mundo? Onde estavam os prefeitos e governadores responsáveis pelas obras exigidas pela Fifa?” Todo mundo na toca, embora a Lula, pelo seu tamanho político, não coubesse mesmo ofuscar a primeira mandatária do país. E ele ainda teve a coragem de protestar contra a “babaquice” da imprensa de achar que os estrangeiros exigiriam ser carregados no colo até dentro dos estádios… Foi Dilma Rousseff quem botou a cara para as Donas Lalá, da “área VIP” a xingarem.

Barrigas cheias e cabeças vazias
Ficamos nisso, nos de “barriga-cheia” que ganharam ingressos da Globo, do Itaú e de outros patrocinadores e os de “cabeça-vazia”, que juntam umas dezenas de babacas para ir arrumar confusão na porta dos estádios, nenhum deles capaz de entender as regras básicas de convivência. Aliás, a direita hidrófoba ainda quer que a agradeçamos por estar “apenas” mandando pessoas irem “tomar”, quando diz que poderia ser pior e estar nos “protestos” de gatos pingados. É a versão chique do “poderia estar roubando, poderia estar matando, mas estou apenas…” Ontem, duas horas e pouco antes do jogo da Argentina, passei próximo ao Maracanã com meu filho pequeno e, sozinho, meia hora depois. Uma festa em azul e branco, de argentinos e brasileiros. Ruas cheias, bares lotados, sorrisos e alegria. Claro, teve uns grupinhos de “barrabravas” castelhanos e nacionais, fazendo confusão. Assim como tem na Inglaterra e na Holanda.

A baixaria foi insuflada pela mídia
A diferença é que aqui, ao longo de mais de um ano, isso foi insuflado pela mídia e pela oposição. Só vi isso antes na construção do Sambódromo, em 1983, com Brizola, naquela ocasião com o Governo Federal, além da Rede Globo, claro, sabotando, ao ponto de o porta-voz de Figueiredo, o senhor Carlos Átila, declarando à imprensa que torcia para chover muito durante o Carnaval. Os fatos, porém, os fatos têm uma força que se impõem sempre, sobretudo quando se age com coragem e sem se deixar intimidar.

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