segunda-feira, 6 de outubro de 2014

A Casa Rosada caiu?

De início, esclareço que não creio totalmente nesta tese. Mas não posso deixar de acreditar que o abalo foi grande. Até parece aquele velho ditado popular sobre pessoas que têm os olhos maiores que a boca e terminam morrendo empanzinadas. Ou ainda o do peixe que morre pela boca, ao querer engolir a saborosa isca e acaba de estrepando na ponta fina do anzol. Durante o auge do poder político dos Rosados, a família contava com um deputado federal. Chegou a ter um senador, assim como chegou a ter um governador, ainda que por poucos meses. Depois destes bons tempos, veio recuperar sua força depois da divisão, quando passou a ter dois deputados federais e, às vezes, até dois estaduais. No passado, quando tinha dois deputados, um era de outra família; depois da divisão de 1988 passou a ter dois deputados estaduais da própria família e chegou a se dar ao luxo de ter também dois federais. Quanto a Mossoró, num determinado momento chegou a ter deputados estaduais da cidade e mais Gilvan Carlos, que mesmo tendo como base principal o médio Oeste, tinha endereço em Mossoró e era uma voz em defesa dos interesses mossoroenses. Dizíamos com orgulho que tínhamos quatro deputados na assembleia. Agora, os Rosados passaram a querer demais. Não demonstraram ter aprendido com a dura lição de quando Rosalba se elegeu senadora, deixando Betinho e Ruth Ciarlini sem mandatos. Depois Rosalba conquistou o Governo do Estado e passou a sonhar com uma vaga no Tribunal de Contas para a irmã ou, quem sabe, a própria candidatura à Prefeitura, que acabou sendo de Cláudia Regina, porque Fafá não quis renunciar para Ruth assumir a titularidade de prefeita constitucional e se tornar reelegível. Os Rosados acreditaram tanto na lei da Cissiparidade, que, na Biologia permite que uma célula se divida em duas e ocupe dois espaços, que se atreveu a querer que a célula rosadista pudesse ir além daquela lei e se dividisse em três novas células com poder de reprodução. E sonhou com três cadeiras no parlamento federal. E não só perdeu uma das que tinha, como perdeu as duas vagas na Assembleia Legislativa. Hoje o grupo resume-se a um mandato no Governo do Estado que está nos seus últimos meses, além disso, sem brilho algum. E um mandato federal, com um deputado neófito. Como se não lhes bastasse estar sem o comando da Prefeitura, que talvez seja a fonte principal de tantos males.

E agora?
Os superpoderes de Henrique se revelaram um fiasco. Sua imensa rejeição falou mais alto e o segundo turno sobre o qual seus correligionários não admitiam nem conversar, está aí. E com um Robinson em alta e com a ideia de invencibilidade de Henrique esfarelada pelas urnas.

A síndrome da recompra
Grandes desafios tiram o sono de Henrique. O maior deles é a gula dos prefeitos e outros apoiadores que entendem que o dinheiro que receberam para lhe apoiar no primeiro turno já é caso passado. Segundo turno, é outra eleição. E é. Portanto, o contrato é outro. E como o voto vai ficar muito mais difícil, o novo contrato também pode ficar mais caro. Não é qualquer fortuna que dá para frear a sangria desatada de perda de votos e acuar a subida de Robinson.

E Vilma?
Pergunta-se: Para onde vai Vilma de Faria neste segundo turno? Fala-se de uma poderosa e justificada revolta com Henrique que não teria cumprido os compromissos... Qual será o destino dela? Vilma não entendeu que o sonho de Maias, Alves e Rosados que receberam seu apoio, era, há muito tempo, destruí-la politicamente...

E Sandra?
Também muito se especula sobre o rumo Larissandrismo. Com quem marcharão Sandra e Larissa neste segundo turno, abandonadas que foram por Henrique? Ainda mais diante da perspectiva de ficarem sem nadica de nada, no caso, agora muito provável de uma vitória de Robinson Faria, de quem Larissa e Sandra são grandes amigas, da mesma forma que o são da senadora eleita, Fátima Bezerra, uma ponte segura para o retorno delas aos gabinetes brasilienses.

FotoLegenda
O deputado Fernando Mineiro está de parabéns, assim como o seu grupo de apoio em Mossoró. Um grupo amplo, que reuniu militantes de pelo menos quatro correntes do PT. Quando o grupo se reuniu, no Hotel VillaOeste, para fazer um planejamento de campanha, estabeleceu uma meta de quatro mil votos para Mineiro em Mossoró, mesmo sabendo o quanto isto seria difícil sem a terrível prática da compra do voto, tão repudiada pelo deputado petista e por todos os seus apoiadores. Mas se materializaram 4.914. Meta batida, por arredondamento. Mineiro foi o primeiro mais votado em Natal, cidade onde reside e foi o quarto mais votado em Mossoró, sendo que dois dos que obtiveram mais votos que ele no município, Larissa e Leonardo, foram derrotados. De modo que agora os dois deputados que irão representar Mossoró na Assembleia Legislativa, são Fernando Mineiro, do PT e Galeno Torquato, apoiado pelo prefeito Silveira Júnior. Como é de hábito em todas as eleições, Mineiro virá em breve a Mossoró, agradecendo a votação e assumindo compromissos para os quatro anos de mandato. Vai se colocar à disposição da cidade para ser uma voz em nossa defesa.

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