Esta pergunta atravessou todo o primeiro turno e agora se faz presente com uma pequena modificação na construção frasal. Teria sido melhor Marina? Cá da minha banda, acho que o óbvio: melhor mesmo teria sido uma vitória em primeiro turno, Mas... E esta foi uma pergunta que respondi durante todo o primeiro turno, mesmo sem ser perguntando, já que a angústia de muitos petistas era se teríamos, ou não, o segundo. O “Mas...” se referia exatamente à possibilidade do segundo turno que passou a ser real após a substituição de Eduardo Campos que parecia não ter condições de decolar dos seus 8% por Marina, que vinha de um histórico de quase 20% em 2010 e ainda entrava beneficiada pela comoção que sensibilizava eleitores em prol do seu nome, pela generosidade cristã diante da tragédia que vitimou o candidato titular. Fiquei a lembrar aos que me abordavam que o PT não deveria ter medo de segundo turno, visto que as três eleições presidenciais em que se sagrou vitorioso, foram ganhas em segundo turno. Nunca em primeiro. Lula derrotou Serra em 2002, em segundo turno; O mesmo Lula derrotou Geraldo Alckmin no segundo turno, em 2006, no momento mais crítico da vida do partido, diante do mensalão. E Dilma venceu Serra em 2010 também no segundo turno e num momento profundamente delicado, pois o mensalão estava de volta às manchetes e se vivia a dúvida do que seria o PT numa eleição presidencial sem Lula candidato. A disputa voltou ao paradigma do maniqueísmo PT x PSDB, uma comparação em que o PT dá de 10 x 0, quando são mostrados os números da Era FHC em confronto com os números da Era Lula/Dilma. A própria discussão da corrupção é extremamente desfavorável ao PSDB em geral e ao candidato Aécio, em particular. Até creio que ele vai fugir desta pauta, tão grande e frágil é o seu telhado de vidro. Lula já deu o tom. Não vai fugir deste debate. Muito pelo contrário, vai pisar no pé de Aécio para brigar. Este tema poderá ser tão poderoso contra Aécio quanto às contradições do discurso o foi para a desconstrução do “mito” Marina. Neste particular, a corrupção, Aécio, não apenas tem telhado de vidro, ele é todo de vidro. Mesmo blindado pela mídia amiga, no debate cara a cara e no Guia Eleitoral, Aécio não resiste a meia hora de porrete de jucá mostrando os muitos podres que o levaram a inibir cerca de 500 CPIs nos seus oito anos de governo e os esforços hercúleos para calar a mídia mineira, às vezes com dinheiro, às vezes com repressão. Contra Aécio que tenta se apresentar ao Brasil como um exemplo de gestão competente, pesa a derrota fragorosa do seu candidato ao governo mineiro, um tucano de farta plumagem e bico longo, nome de peso que vem de ministérios e mandatos parlamentares. Desempenho medíocre, vergonhoso e profundamente negativo. A favor de Aécio, um mutirão sem precedentes, da mídia brasileira que combateu sistematicamente o PT desde o seu nascimento e nos últimos três anos alimentou de maneira sistemática, direta e sub-reptícia, o ódio ideológico ao PT. Será uma disputa encarniçada. Uma batalha de Waterloo. Quem ganhará? Os que já se encontram na trincheira ou o jovem general desafiante? Não será nada fácil, mas Dilma tem as armas para sair vencedora. Mas precisamos ainda uns três ou quatro dias para vermos com mais clareza para que lado os ventos sopram, para podermos ter alguma clareza sobre por quem os sinos dobram ao final do combate, agora um duelo.
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