quarta-feira, 1 de outubro de 2014

Bombardeio de pesquisas e a pressa em se livrar de Marina

Uma coisa é certa: o Brasil precisa, urgentemente, regulamentar o uso das pesquisas nas eleições de todos os níveis neste País. Já não se trata de aferir o sentimento popular, através das suas intenções de votos, indecisões e rejeições. Virou um jogo sórdido de tentativas de influenciar o eleitorado para votar em candidatos que podem contratar institutos que lhes vendem, não pesquisas, mas resultados simpáticos, favoráveis, capazes de induzir o eleitor a erro. Comprar pesquisa tornou-se uma ação corriqueira no submundo da corrupção político-eleitoral do Brasil, ganhando disparado da compra de votos, que persiste e se multiplica como uma hidra, no atacado, no grosso, no varejo e no queima. Para o afunilamento desta reta final de campanha, somente o Instituto DataFolha registrou nada menos que três pesquisas. Já saiu uma, tem outra, talvez para amanhã, e outra sábado. Com certeza, terá mais uma de boca de urna. O Ibope, outras três: ontem, sexta e sábado. Um abuso em se tratando de indução do eleitorado, mas é assim que funciona essa pantomima em que transformam o grande “espetáculo da democracia”, com a mídia cretina que temos e os seus “apêndices” estatísticos. A mídia forja uma crise sem precedentes na economia, o desemprego que assusta, mesmo que seja o menor índice desde JK, a inflação é uma bomba atômica, mesmo que seja metade da que tinha nos tempos de FHC, as bolsas despencam juntamente com as ações, pasmem, só das estatais, com destaque para a queridinha do laboratório do caos, a Petrobras, a mais sólida e mais respeitada empresa do País. Construída a “grave crise” vamos às pesquisas para refletirem na animosidade contra o governo esta tragédia econômica... Feitas as pesquisas a bola volta para a mídia, repercutindo a queda do candidato do governo e inflando o candidato da mídia. Como diz Paulo Henrique Amorim: Essa é a “frente de ataque a Dilma”, mas a direita, apesar de ter deixado de lado toda a prudência nisso, não sabe o que fazer diante do caldeirão em que armou seus feitiços. Marina foi uma aposta imprudente, na qual jogou todas as suas fichas, e ela, visivelmente, gorou.

"Dificulidade"
Paulo Henrique Amorim diz que “Marina pode ter força residual para chegar ao segundo turno, mas isso se torna cada vez mais duvidoso.” É como dizia o pai do colega Augusto Paiva, diagramador deste jornal: É grande a “dificulidade”.

Batata quente
Agora, o problema é como se livrar de Marina, o defunto que a mídia levantou ao pé da cova de Eduardo Campos e agora se assusta com Marina, cadáver da eleição passada, da incompetência para fundar um partido, da ‘bananosa’ em que se meteu com temas polêmicos sobre os quais vira de posição mais que tapioca na chapa. Marina, uma invenção da direita, por ter tintas de esquerda e que quase ocupava o lugar de antiPT que a mídia construiu para Aécio pregando o ódio ao partido. Agora, a mídia e Avenida Paulista e Wall Street não sabem o que fazer ela, a batata quente.

Fogo ex-amigo
Vejamos depoimentos de alguns dos jornalistas mais inimigos do PT, dizendo: O Globo, hoje, abre suas baterias sobre ela. Reportagem mostra como foi financiada pela Natura e pelo Itaú. Merval Pereira já admite que, entre os assessores de Aécio, provável caso dele próprio, é forte a percepção de que “é possível ir ao segundo turno passando por cima de Marina”.

Fogo ex-amigo II
E Ricardo Noblat, que havia se tornado um dos mais intransigentes “marinistas” da mídia, parte para o desaforo com a candidata. “Pare de se fazer de coitadinha, Marina! Ou vá à luta ou desista“, diz ele, sem meias-palavras. Tornou-se evidente que a direita ou a mata ou corre o risco de morrer com ela.

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